Eu gostaria de desocupar a cabeça assim como quem limpa a caixa de e-mails, ir deletando lixo por lixo, ou essas correntes inúteis e mentirosas que nos repassam. Ah! Mas a cabeça vem me pregando cada peça sem graça, que nem o canto da boca se meche mais..
Devia mesmo é mudar o rumo, o endereço, a cor preferida, não o cabelo que pouco sobrou, do muito lugar desocupado do meu corpo (que ainda bem) vem se convertendo à normalidade.
Trocar seguros por ousadias, inverter tranqüilidade por mais nasceres de sol do que por do sois no lago, ouvindo a lentidão das águas, e a mansidão dos alternativos rocks que me acompanham desde adolescência.
Talvez eu deveria me posicionar de maneira diferente, mais ansiosa, mais volátil, menos determinada e segura, talvez devesse ser o que agrada aos outros, talvez devesse me submeter ao um destino cruel, daqueles que tem medo de contar histórias.
Mas há certas coisas que a gente já nasce sabendo ou já nasce evitando, não sei. Só sei, que há partes que suplicam com sangue nos olhos pela mudança, há certas outras, como a teimosia que insistem em não sair daqui. A parte do quero mais, mais, mais, mais, mais, cadê o limite, cadê eu, cadê você?
São fatos esperando rimas, e eu sempre posta com os pontos e contos de mim e o mundo, de mim e os eus, de deus os outros.
Vai lá, nada é concreto, e daqui uma semana, meu texto já mudou outra vez.
Tudo bem, ... acostumar.
Acostumar? Que nada!
Claudilene Neves
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